Oswaldo Gonçalves Cruz

Oswaldo Gonçalves Cruz

Nascimento: 05/08/1872 em Paraitinga, São Paulo

Oswaldo Gonçalves Cruz nasceu em Paraitinga, São Paulo, em 1872, filho de pais cariocas. Em 1877, sua família se mudou para o Rio de Janeiro, onde ele estudou no Colégio Laure, no Colégio São Pedro de Alcântara e no Externato Dom Pedro II. Em 1892, formou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, apresentando a tese de doutorado "A Vehiculação Microbiana pelas Águas". Ainda durante o curso, publicou dois artigos sobre microbiologia na revista *Brasil Médico*.

Após a formatura, Oswaldo montou um pequeno laboratório no porão de sua casa, mas a morte de seu pai, no mesmo ano, interrompeu temporariamente seus estudos. Em 1894, a convite de Egydio Salles Guerra, que se tornaria seu amigo e biógrafo, passou a trabalhar na Policlínica Geral do Rio de Janeiro, onde foi responsável pela montagem e chefia do laboratório de análises clínicas.

Em 1897, Oswaldo Cruz viajou para Paris, onde permaneceu por dois anos estudando microbiologia, soroterapia e imunologia no Instituto Pasteur, além de medicina legal no Instituto de Toxicologia. Ao retornar ao Brasil, reassumiu seu cargo na Policlínica e, juntamente com Eduardo Chapot-Prévost, estudou a mortandade de ratos que resultou em um surto de peste bubônica em Santos. De volta ao Rio de Janeiro, assumiu a direção técnica do Instituto Soroterápico Federal, fundado em 1900, onde expandiu suas atividades além da fabricação de soro antipestoso. No ano seguinte, foi nomeado para a Diretoria-Geral de Saúde Pública.

Como diretor-geral, Oswaldo Cruz coordenou campanhas de erradicação da febre amarela e da varíola. Ele organizou batalhões de mata-mosquitos encarregados de eliminar focos dos insetos transmissores e convenceu o presidente Rodrigues Alves a decretar a vacinação obrigatória, o que resultou na Revolta da Vacina. Embora tenha sido criticado e atacado publicamente, seus esforços foram bem-sucedidos: em 1907, a febre amarela foi erradicada do Rio de Janeiro e, durante um novo surto em 1908, a população buscou voluntariamente a vacinação.

Entre 1905 e 1906, Oswaldo Cruz empreendeu uma expedição por 30 portos marítimos e fluviais de norte a sul do país, estabelecendo um código sanitário com normas internacionais. Em 1907, foi agraciado com a medalha de ouro no 14º Congresso Internacional de Higiene e Demografia de Berlim. Ele reformou o Código Sanitário e reestruturou todos os órgãos de saúde e higiene do país.

Em 1909, deixou a saúde pública, e o Instituto Soroterápico Federal passou a levar seu nome. Em 1910, combateu a malária durante a construção da ferrovia Madeira-Mamoré e a febre amarela, a convite do governo do Pará. Eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1913, Oswaldo Cruz deixou a direção do Instituto em 1915 por motivos de saúde. Ele faleceu em 11/02/1917, aos 44 anos, deixando um legado incalculável para a saúde pública no Brasil.

Material produzido por Félix Eduardo Bischoff