Mustafa Kemal Atatürk

Mustafa Kemal Atatürk

Mustafa Kemal Atatürk nasceu em 19 de maio de 1881, em Salônica, então parte do Império Otomano, hoje localizada na Grécia. Seu nome original era apenas Mustafa, conforme a tradição otomana, mas seu professor de matemática lhe deu o nome "Kemal", que significa "perfeição" ou "maturidade", em reconhecimento à sua excelência acadêmica.

Encaminhado inicialmente por sua mãe para uma escola religiosa, Mustafa frequentou-a por um curto período antes de ser transferido para a escola Şemsi Efendi, onde recebeu uma educação mais moderna. Embora seus pais desejassem que ele seguisse carreira no comércio, Mustafa secretamente prestou exame para a Escola Militar de Salônica em 1893. Em 1896, ele ingressou na Escola Militar de Manastir, na atual Bitola, Macedônia do Norte. Em 1889, matriculou-se na Academia Militar de Constantinopla (Istambul), onde se formou em 1902, e em 1905 concluiu seus estudos na Academia de Guerra.

Após sua formatura em 1905, Atatürk foi enviado como tenente para Damasco, onde se juntou a uma sociedade secreta revolucionária composta por oficiais reformistas, chamada "Pátria e Liberdade". Em 1907, foi promovido a capitão e transferido para Manastir, onde se envolveu no Comitê para União e Progresso (CUP), grupo que ficaria conhecido como os "Jovens Turcos". Em 1908, Atatürk desempenhou um papel importante na Revolução dos Jovens Turcos, que resultou na queda do último sultão otomano e na ascensão dos Jovens Turcos ao poder.

Em 1911, Atatürk foi enviado à província de Trablusgarp (atual Líbia) para resistir à invasão italiana. Retornou à capital em 1912, pouco antes do início das Guerras dos Balcãs, onde lutou contra os búlgaros em Gallipoli e Bolayr, na costa da Trácia. Em 1913, foi nomeado adido militar em Sófia e promovido a tenente-coronel no ano seguinte.

Durante a Primeira Guerra Mundial, Atatürk organizou e comandou a 19ª Divisão do V Exército em Rodosto (hoje Tekirdağ), no Mar de Mármara. Em 1915, ele defendeu com sucesso o estreito de Dardanelos contra as forças britânicas, francesas, australianas e neozelandesas, ganhando fama como um comandante militar brilhante. Sua liderança foi essencial na defesa do Império Otomano, e ele se tornou o primeiro comandante otomano a derrotar um exército ocidental desde as Cruzadas, sendo reconhecido como um herói nacional e recebendo o título de Paxá (Comandante).

Desiludido com a condução da guerra pelo governo do sultão e a influência alemã, Atatürk tornou-se um crítico do regime e chegou a se demitir do exército. No entanto, ele retornou para liderar campanhas no Sinai e na Palestina em 1918.

Após a Primeira Guerra Mundial, Atatürk emergiu como um dos líderes do Partido Nacionalista Turco. Com a ocupação de Esmirna pelos gregos em 1919, em consequência do Tratado de Sèvres, ele mobilizou a nação e liderou a Guerra de Independência Turca. Em 1920, convocou eleições para estabelecer um novo parlamento turco em Ancara. Seus esforços culminaram na assinatura do Tratado de Lausanne em 24 de julho de 1923 e na proclamação da República da Turquia em 29 de outubro de 1923, da qual se tornou o primeiro presidente.

Como presidente, Atatürk dedicou-se a modernizar o país, introduzindo reformas profundas, incluindo a criação de um novo alfabeto que substituiu o antigo sistema de escrita otomano. Em reconhecimento ao seu papel na fundação da moderna Turquia, ele foi agraciado com o sobrenome "Atatürk", que significa "Pai dos Turcos". Atatürk governou a Turquia até sua morte em 10 de novembro de 1938, aos 57 anos. Ele é amplamente considerado o fundador da Turquia moderna.

Material produzido por Félix Eduardo Bischoff