Getúlio Dornelles Vargas

Getúlio Dornelles Vargas
Nascimento: 19/04/1882, São Borja/RS, Brasil
Getúlio Dornelles Vargas nasceu em 19 de abril de 1882, em São Borja, Rio Grande do Sul. Em sua juventude, teria alterado alguns documentos para constar o ano de 1883. Era filho de Manuel do Nascimento Vargas, descendente de uma família paulista, e de Cândida Francisca Dornelles Vargas, proveniente de estancieiros gaúchos de origem açoriana.
Iniciou seus estudos em sua cidade natal e posteriormente ingressou no colégio em Ouro Preto, Minas Gerais. Durante sua estadia, envolveu-se, junto com seus irmãos, em uma briga que culminou na morte do estudante paulistano Carlos de Almeida Prado Júnior, em 7 de junho de 1897. O incidente levou à sua retirada de Minas Gerais e ao retorno da família ao Rio Grande do Sul.
Em 1898, Vargas tentou a carreira militar, alistando-se como soldado na guarnição de São Borja. Dois anos depois, em 1900, ingressou na Escola Preparatória e Tática de Rio Pardo (RS), mas a abandonou em 1902 em solidariedade a colegas expulsos por indisciplina. Transferido para Porto Alegre para concluir o serviço militar, integrou a Coluna Expedicionária do Sul, enviada ao Acre no mesmo ano, durante a disputa territorial entre Brasil e Bolívia.
Em 1904, matriculou-se na Faculdade de Direito de Porto Alegre (atual UFRGS), formando-se em 1907. Após obter o bacharelado, retornou a São Borja, onde iniciou sua atuação como advogado.
Carreira política
Getúlio Vargas ingressou na política em 1909, elegendo-se deputado estadual pelo Partido Republicano Rio-Grandense (PRR). Reelegeu-se em 1913, mas renunciou ao cargo, voltando ao parlamento estadual em 1919 e 1921, período em que exerceu a liderança do partido na Assembleia Legislativa.
Em 1923, conquistou uma vaga na Câmara dos Deputados, substituindo Rafael Cabeda, falecido naquele ano. Posteriormente, em novembro de 1926, assumiu o cargo de Ministro da Fazenda no governo de Washington Luís, promovendo reformas monetárias e cambiais. Deixou o ministério em dezembro de 1927 para concorrer ao governo do Rio Grande do Sul, sendo eleito para o mandato de 1928 a 1933. No entanto, governou apenas até 9 de outubro de 1930, quando abandonou o cargo para liderar a Revolução de 1930.
Na eleição presidencial de 1930, Vargas concorreu contra Júlio Prestes, defendendo o fim da corrupção eleitoral e a adoção do voto secreto e feminino. Derrotado, denunciou fraudes e usou o assassinato de João Pessoa, seu candidato a vice-presidente, como pretexto para tomar o poder por meio de um golpe militar. Com isso, impediu a posse de Júlio Prestes e instaurou um governo provisório, dando início a uma ditadura.
Com poderes quase ilimitados, Vargas promoveu diversas reformas. Criou novos ministérios e reduziu a autonomia dos estados, nomeando interventores federais. Em 1931, dissolveu a Constituição vigente e enfrentou a Revolução Constitucionalista de 1932, liderada pelo estado de São Paulo. Em 1933, convocou uma Assembleia Constituinte, resultando na Constituição de 1934, sob a qual foi eleito presidente pelo voto indireto.
Estado Novo e Legado
Em 1937, alegando ameaça comunista, Vargas deu um novo golpe e instituiu o Estado Novo, fechando o Congresso Nacional, suprimindo liberdades partidárias e instaurando um regime autoritário. Criou o Tribunal de Segurança Nacional para perseguir opositores e governou por decretos.
Durante o Estado Novo, consolidou avanços sociais e trabalhistas, como a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), vigente até os dias atuais. Inicialmente simpático a regimes fascistas e nazistas, mudou de posição durante a Segunda Guerra Mundial, aliando-se às forças democráticas e enviando tropas da Força Expedicionária Brasileira (FEB) para combater ao lado dos Aliados.
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