Nelson Rolihlahla Mandela

Nelson Rolihlahla Mandela

Nascimento: 18/07/1918 em Mvezo, Cabo Oriental, então União Sul-Africana

Rolihlahla Mandela nasceu na província de Cabo Oriental. Seu nome, na língua nativa xhosa, significa algo como "agitador", um nome que se revelaria profético. Filho de uma família da nobreza tribal, recebeu educação oral e aprendeu de modo não sistemático, em grande parte perguntando aos mais velhos. Aos cinco anos, começou a seguir os meninos mais velhos nas atividades campestres e costumava ouvir, após o jantar, velhas narrativas, mitos e fábulas ancestrais. Em 1925, passou a frequentar a escola primária na vila próxima de Qunu, onde recebeu o prenome "Nelson" em homenagem ao almirante britânico Horatio Nelson, dado por sua professora, conforme o costume britânico de dar nomes a todas as crianças que frequentavam a escola.

Após a morte de seu pai em 1927, Nelson foi enviado para a Vila Real de Mqhekezweni, aos cuidados do regente do povo Thembu, onde frequentou a escola vizinha à real e, mais tarde, a escola preparatória do Clarkebury Boarding Institute, um colégio exclusivo para alunos negros de elite. Isso lhe proporcionou uma visão mais ampla do mundo. Em 1939, ingressou na Universidade de Fort Hare, a primeira no país a ministrar cursos para negros. Saiu de lá por se recusar a assumir um cargo no conselho de estudantes, partindo para Joanesburgo. Em 1941, um encontro com seu primo e ativista contra o regime de apartheid, Walter Sisulu, mudou definitivamente sua vida. Passou a trabalhar como assistente na banca de advogados Witkin, Sidelsky e Eidelman, judeus que eram os únicos a contratar um negro para esse trabalho.

Em 1948, foi eleito secretário nacional da ANCYL (Liga da Juventude do Congresso Nacional Africano) pelo Transvaal. Em 1949, passou a integrar o conselho executivo do CNA e, em 1951, foi eleito presidente da ANCYL. Em 1952, tornou-se presidente do CNA no Transvaal e vice-presidente nacional. Em 26/06/1952, iniciou a Campanha do Desafio com o Dia do Protesto, tornando-se porta-voz e chefe nacional por todo o país. Em 1954, participou da criação do Congresso do Povo, com o objetivo de unir todos os não brancos vitimados pelo regime racista do país.

Em 05/12/1956, sua casa foi invadida e revistada, e ele foi preso junto com mais 144 pessoas no mesmo dia. Em 1957, teve início a tramitação do seu julgamento por traição, sendo ele advogado dos réus durante a fase judicial do processo em 1958, período em que entrou na clandestinidade. Em 08/04/1960, o CNA foi proibido e Mandela ficou preso até o ano seguinte. Em 1961, foi o primeiro comandante-em-chefe do MK, braço armado do CNA, em resposta ao Massacre de Sharpeville. Foi a Londres em 1962, onde adquiriu livros de guerrilha e recebeu treinamento militar na Etiópia. Em 05/08/1962, foi capturado pela polícia, recebendo, em 12/06/1964, a sentença de prisão perpétua e sendo enviado para a hoje famosa Ilha de Robben, onde permaneceu pelos próximos 18 anos isolado dos prisioneiros não políticos, em uma cela de 2,4x2m. Em 1982, foi transferido para a prisão de Pollsmoor, na Cidade do Cabo. Recuperando-se de tuberculose em 1988, foi transferido para a prisão agrícola de Paarl.

Libertado incondicionalmente em 11/02/1990, fez seu famoso discurso declarando seu compromisso com a paz e a reconciliação. Recebeu, junto com o presidente Frederik De Klerk, o Nobel da Paz em 1993. Eleito presidente da África do Sul em 1994, permaneceu no cargo até 1999. Faleceu aos 95 anos em 05/12/2013, em Joanesburgo, deixando um legado para seu país, o continente africano e o mundo, que não pode ser descrito em um espaço tão limitado.

Material produzido por Félix Eduardo Bischoff