Giuseppe Garibaldi

Giuseppe Garibaldi  

Nascimento: 4 de julho de 1807, Condado de Nice, Reino da Sardenha (hoje França)  

Giuseppe Garibaldi nasceu em Nice, que na época fazia parte do departamento francês dos Alpes Marítimos, mas que foi devolvida ao Reino da Sardenha em 1815 e voltaria a ser francesa em 1860. Segundo de seis filhos, foi batizado em 29 de julho de 1807 como Joseph Maria Garibaldi, sendo registrado como cidadão francês. Em 1814, sua casa foi demolida devido à expansão do porto, forçando sua família a se mudar. Seus pais desejavam que ele seguisse uma carreira como advogado, médico ou sacerdote, mas Garibaldi preferia a vida ao ar livre e no mar. Tentou fugir de casa com três amigos, mas foi descoberto próximo a Mônaco e retornou.  

Em 1825, aos 18 anos, ingressou na Marinha Mercante, obtendo mais tarde a licença de capitão. Durante uma viagem à Rússia em 1833, aderiu ao movimento Jovem Itália e à Carbonária, organizações revolucionárias que lutavam pela unificação italiana. Participou da insurreição fracassada de Gênova e foi condenado à morte. Refugiando-se em Marselha, fugiu para a Tunísia em 1836 e de lá seguiu para o Rio de Janeiro, onde conheceu Luigi Rossetti e Bento Gonçalves, unindo-se à Revolução Farroupilha.  

Em setembro de 1838, foi nomeado capitão-tenente e comandante da marinha farroupilha, participando da tomada de Laguna (SC). Foi lá que conheceu Ana Maria de Jesus Ribeiro, mais tarde conhecida como Anita Garibaldi, sua companheira nas lutas no sul do Brasil e posteriormente na Itália. Durante a Guerra dos Farrapos, destacou-se em várias ações, como a tomada de São José do Norte. A pedido de Bento Gonçalves, foi dispensado de seus serviços e, junto com Anita e seu filho Menotti, partiu para o Uruguai em 1841, levando 900 cabeças de gado.  

No Uruguai, casou-se oficialmente com Anita em 1842 e teve mais dois filhos, Rosa Teresa e Ricciotti. Rosa faleceu aos dois anos devido a uma infecção na garganta. Garibaldi trabalhou como corretor, professor de matemática e ingressou na marinha uruguaia, sendo designado para uma missão perigosa de atacar navios em Corrientes. Quase foi capturado pelo almirante Brown, fundador da marinha argentina.  

Em 1848, voltou à Itália para lutar contra o exército austríaco na Lombardia, iniciando sua participação nas campanhas pela unificação italiana. Formou a Legião Italiana e marchou para Roma, onde foi eleito deputado da República Romana. Após a queda da república em 1849, refugiou-se no norte da África e, posteriormente, nos Estados Unidos, passando por diversos países da América Central antes de retornar à Itália em 1854, onde se dedicou à agricultura por dois anos.  

Em 1859, liderou os Caçadores dos Alpes na campanha pela unificação da Itália, que culminou em 1860 com a conquista do Reino das Duas Sicílias. Em 1861, chegou a oferecer seus serviços ao presidente Abraham Lincoln durante a Guerra Civil Americana.  

Em 1862, organizou uma expedição para libertar Roma do domínio papal, mas foi ferido e posteriormente anistiado pelo rei Vittorio Emanuele II. Voltou à luta em 1866 para libertar Veneza do controle austríaco, mas foi novamente ferido e substituído no comando.  

Em 1867, participou do congresso de paz em Genebra, sendo eleito presidente honorário. Tentou mais uma vez tomar Roma, mas foi preso em Sinalunga e novamente em Livorno, após escapar para a Sardenha. Em 1870, participou da Guerra Franco-Prussiana ao lado dos franceses. Retornando à Itália, foi eleito deputado do Parlamento Italiano em 1874.  

Garibaldi passou seus últimos anos na ilha de Caprera, onde casou-se pela terceira vez. Faleceu em 2 de junho de 1882, aos 74 anos.

Material produzido por Félix Eduardo Bischoff