Amílcar Lopes da Costa Cabral
![Amílcar Lopes da Costa Cabral](https://centralnumismatica.com.br/media/magefan_blog/988px-Cabral_2.png)
Amílcar Lopes Cabral
Nascimento: 12 de setembro de 1924, Bafatá, Guiné-Bissau
Filho de um professor alocado em Bafatá, na então Guiné Portuguesa, Amílcar Cabral mudou-se aos 8 anos com sua família para o arquipélago de Cabo Verde, estabelecendo-se em Santa Catarina, na ilha de Santiago. Lá, concluiu o ensino primário e, posteriormente, transferiu-se com a mãe e os irmãos para Mindelo, na ilha de São Vicente, onde estudou no Liceu Gil Eanes até 1943. Durante esse período, Cabo Verde enfrentou uma grave seca e fome que resultou na morte de mais de 50 mil pessoas e em uma intensa emigração.
No ano seguinte, Cabral começou a trabalhar na imprensa nacional, na cidade de Praia. Em 1945, recebeu uma bolsa de estudos e ingressou no Instituto Superior de Agronomia de Lisboa, onde foi o único estudante negro de sua turma. Envolveu-se ativamente em reuniões de grupos antifascistas e, após graduar-se em 1950, trabalhou por dois anos na Estação Agronómica de Santarém, em Portugal.
Em 1952, retornou à sua terra natal, contratado pelo Ministério do Ultramar como adjunto dos Serviços Agrícolas e Florestais da Guiné. Nesse período, liderou atividades na granja experimental de Pessube e, durante o recenseamento agrícola de 1953, percorreu o país de porta em porta, adquirindo um conhecimento profundo sobre as condições sociais da região.
Suas atividades políticas chamaram a atenção das autoridades, e o governador colonial o forçou a emigrar para Angola. Lá, uniu-se ao Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e, em 1955, participou da histórica Conferência de Bandung, na Indonésia, que reuniu 29 países asiáticos e africanos para promover a cooperação econômica e cultural afro-asiática.
Em 1959, Cabral foi um dos fundadores do clandestino Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). Nesse mesmo ano, o partido participou da greve dos trabalhadores do porto de Pidjiguiti, brutalmente reprimida pelo governo colonial, resultando em mais de 50 mortos. Em 1963, o PAIGC transferiu-se para Conacri, na República da Guiné, e, em 23 de janeiro do mesmo ano, iniciou a luta armada contra o regime colonial português.
Em 1970, ao lado de Agostinho Neto e Marcelino dos Santos, Amílcar Cabral foi recebido em audiência privada pelo Papa Paulo VI. Nesse mesmo ano, o governo da Guiné Portuguesa lançou a "Operação Mar Verde" com o objetivo de capturar ou eliminar os líderes do PAIGC.
A vida de Amílcar Cabral foi tragicamente interrompida em 20 de janeiro de 1973, quando foi assassinado em Conacri por membros do próprio partido. Ele tinha apenas 48 anos.
Material produzido por Félix Eduardo Bischoff