Sofia Frederica Augusta — Catarina II
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Sofia Frederica Augusta — Catarina II
Nascimento: 2 de maio de 1729, em Stettin, Prússia (atual Polônia)
Sofia Frederica Augusta, filha mais velha de Cristiano Augusto, príncipe de Anhalt-Zerbst, recebeu uma educação de excelência sob a tutela das governantas francesas Madeleine e Babet de Cardel. Seu casamento com Pedro III da Rússia foi resultado de complexas negociações diplomáticas entre a czarina Elizabeth da Rússia e o rei Frederico II da Prússia, em cujo exército seu pai servia como general.
Apesar da oposição paterna — já que Cristiano Augusto era um luterano fervoroso — Sofia converteu-se à Igreja Ortodoxa Russa em 1744, adotando o nome de Catarina Alexeievna. Além da conversão, esforçou-se para aprender a língua russa, integrar-se aos costumes locais e demonstrar amor por sua nova pátria, conquistando a simpatia do povo. Seu casamento com Pedro ocorreu em 21 de agosto de 1745. Há relatos de que, na noite de núpcias, o futuro czar preferiu brincar com seus soldados de chumbo, evidenciando o distanciamento entre o casal. Apesar da consumação da união, o relacionamento foi marcado por antagonismos. Pedro humilhava Catarina publicamente ao exibir suas amantes na corte, enquanto ela, por sua vez, manteve relações extraconjugais, levando a especulações de que os filhos do casal não eram biologicamente dele.
Em 5 de janeiro de 1762, Pedro III ascendeu ao trono. Admirador da Prússia, ele assinou um tratado de paz com os prussianos, encerrando a participação da Rússia na Guerra dos Sete Anos — um gesto visto como traição pela corte russa e por Catarina. Em julho do mesmo ano, com o apoio da Guarda Imperial, ela liderou um golpe de Estado sem derramamento de sangue e depôs o marido. Três dias depois, Pedro faleceu em circunstâncias suspeitas, embora não haja provas concretas de envolvimento direto de Catarina.
Já no poder, Catarina esforçou-se para ser reconhecida como uma déspota esclarecida. Manteve correspondência com filósofos iluministas como Voltaire e Diderot, promoveu reformas administrativas, incentivou a agricultura e o comércio e modernizou o exército. Destacou-se também pelo investimento na educação pública e compulsória, embora tenha excluído dela os filhos de servos.
A imperatriz tornou-se famosa por seus inúmeros amantes, que frequentemente recebiam títulos, terras ou privilégios ao final dos relacionamentos. Em seu diário, ela teria escrito: "Minha desgraça é que meu coração não pode se contentar nem por uma hora sem amor."
Durante seu reinado, Catarina expandiu consideravelmente as fronteiras do Império Russo. Incorporou a região da Nova Rússia (atual sul da Ucrânia), a Crimeia, a Ucrânia, a Bielorrússia, a Lituânia e a Curlândia (hoje parte da Letônia). Contra os turcos, consolidou as conquistas iniciadas por Pedro, o Grande, na região de Azov. Também obteve sucesso na Guerra Russo-Sueca (1788-1790) e participou da partilha da Polônia ao lado da Prússia e da Áustria, colocando no trono polonês seu antigo amante, Stanisław Poniatowski.
No entanto, uma revolta camponesa liderada por Yemelian Pugachev forçou Catarina a recuar em suas políticas liberais e fortalecer o poder dos proprietários de terras sobre os servos.
Em 16 de novembro de 1796, após acordar cedo e tomar café da manhã, Catarina dirigiu-se ao seu escritório. Ao ser questionada por uma criada sobre sua noite de sono, teria respondido que não dormia havia dias. Pouco depois das nove da manhã, sofreu um colapso e veio a falecer. A autópsia indicou um acidente vascular cerebral (AVC) como a causa da morte.
Material produzido por Félix Eduardo Bischoff