Nikolai Aleksandrovich Romanov — Nicolau II
Nikolai Aleksandrovich Romanov — Nicolau II
Nascimento: 18 de maio de 1868, Tsarskoye Selo, Rússia.
Nicolau II, o último czar da Rússia, nasceu em 1868, filho do czar Alexandre III. Desde pequeno, foi chamado carinhosamente de "Pequeno Nicky", devido à sua estatura de 1,68 m. Sua educação foi conduzida por tutores particulares, e ele realizou diversas viagens para complementar sua formação. Apesar de ter recebido uma rígida educação, Nicolau demonstrou desde cedo um temperamento tímido e reservado, mais inclinado à vida familiar do que às responsabilidades públicas.
Em 13 de março de 1881, após o assassinato de seu avô, Alexandre II, Nicolau tornou-se czareviche (príncipe herdeiro). Ele ascendeu ao trono em 1º de novembro de 1894, após a morte de seu pai. Em certa ocasião, teria confidenciado que se tornar czar foi o pior acontecimento de sua vida. Pouco antes, havia se casado com a princesa Alice de Hesse-Reno (que adotou o nome de Alexandra Feodorovna), com quem teve quatro filhas e um filho, Alexei, que sofria de hemofilia, o que causava grande preocupação devido à sua posição como herdeiro.
Embora tivesse uma personalidade introspectiva, Nicolau era um autocrata convicto, governando com o apoio de uma vasta burocracia e mantendo o regime sob o controle do exército e da polícia secreta. Seu governo foi marcado por tentativas de integrar minorias como os poloneses e finlandeses, e pela repressão à população judaica, vista por ele como uma ameaça.
Entre 1904 e 1905, Nicolau enfrentou a desastrosa Guerra Russo-Japonesa, que resultou na perda de territórios na Manchúria e na humilhante derrota da frota russa na Batalha de Tsushima. No mesmo ano, o episódio conhecido como "Domingo Sangrento", em que o exército abriu fogo contra manifestantes pacíficos em São Petersburgo, abalou ainda mais seu governo. Pressionado pelos protestos populares, ele concordou com a criação de uma assembleia legislativa, a Duma, mas cedeu-lhe poucos poderes, mantendo um relacionamento tenso com ela.
Entre 1906 e 1910, algumas reformas trouxeram melhorias nas condições de vida dos trabalhadores russos, cujas jornadas eram longas e difíceis. Outro evento notável de seu reinado foi a crescente influência do místico Grigori Rasputin, cuja proximidade com a czarina Alexandra e interferência política, inclusive na escolha de ministros, era amplamente criticada pela nobreza e diplomatas estrangeiros. Rasputin foi assassinado em 1916, mas sua presença contribuiu para manchar a imagem do czar.
Em 1914, com o início da Primeira Guerra Mundial, a declaração de guerra à Alemanha inicialmente uniu o povo russo. No entanto, a má gestão da guerra e as pesadas perdas humanas agravaram o descontentamento generalizado, que culminou na Revolução de Fevereiro de 1917. Em um ato impensado, Nicolau havia assumido o comando das forças armadas, o que apenas acelerou sua queda. Isolado e sem o apoio do exército, ele abdicou em 15 de março de 1917.
Após a Revolução de Outubro (novembro no calendário gregoriano), que levou os bolcheviques ao poder, Nicolau e sua família, já exilados em Tobolsk, foram transferidos para Ekaterimburgo, nos Montes Urais. Com a ascensão dos bolcheviques, as condições de vida da família imperial deterioraram-se, e, em 16 de julho de 1918, Nicolau, sua esposa, filhos, médico e servos foram executados em Ekaterimburgo. Embora oficialmente a ordem tenha partido do soviete local, há registros, como os diários de Leon Trotski, que sugerem que a execução foi ordenada por Lenin e Sverdlov.
Material produzido por Félix Eduardo Bischoff