Ferdinand Manoel Edralin Marcos

Ferdinand Manoel Edralin Marcos

Nascimento: 11 de setembro de 1917, em Sarrat, Filipinas.

Ferdinand Marcos nasceu em Sarrat, província de Ilocos Norte. Seu pai, advogado, foi morto em 1945 por guerrilheiros, acusado de ser propagandista e colaborador dos japoneses. A execução foi brutal: ele foi esquartejado com o uso de carabaos, uma espécie de búfalo.

Marcos frequentou escolas em Manila e, no final da década de 1930, estudou Direito na Universidade das Filipinas. Em 1939, passou no exame da Ordem com uma impressionante pontuação de 92,35%. Nesse mesmo ano, defendeu-se com sucesso em um caso de assassinato em que era acusado de matar um oponente político de seu pai. Após ser condenado em 1933, conseguiu a absolvição junto à Suprema Corte em 1939.

Durante a Segunda Guerra Mundial, serviu como oficial das forças armadas filipinas. Ele alegava ter sido um líder da resistência contra os japoneses, mas documentos militares americanos indicam que sua influência na resistência entre 1942 e 1945 foi mínima.

Após a guerra, de 1946 a 1947, foi assistente técnico do primeiro presidente filipino, Manuel Roxas. Entre 1949 e 1959, atuou como membro da Câmara dos Representantes e, de 1963 a 1965, foi senador. Durante esse período, apresentou diversos projetos de lei que foram incorporados ao ordenamento jurídico da República.

Marcos foi eleito presidente em 1965 pelo Partido Nacionalista e tomou posse em 30 de dezembro daquele ano. Seu governo implementou um programa de desenvolvimento financiado por empréstimos estrangeiros, além de reformas agrárias e investimentos em educação, o que lhe garantiu grande popularidade e reeleição em 1969. Contudo, os gastos excessivos de sua campanha geraram uma crise no balanço de pagamentos do país em 1970. A eleição foi descrita pelas revistas Time e Newsweek como "a mais suja, violenta e corrupta" da história moderna das Filipinas.

O segundo mandato foi marcado por protestos em 1970 e pela Convenção Constitucional de 1971, prejudicada por denúncias de corrupção em 1972. Nesse mesmo ano, em 21 de setembro, Marcos declarou Lei Marcial, justificando a medida com a ameaça de forças comunistas subversivas. Líderes da oposição, como Benigno Aquino, foram presos, e as forças armadas tornaram-se um braço do regime. Movimentos de guerrilha maoístas e separatistas muçulmanos emergiram nas províncias.

Em 1981, Marcos anunciou o fim da Lei Marcial e venceu a eleição daquele ano, enfrentando uma oposição simbólica. Entretanto, seus últimos anos no poder foram marcados por corrupção, aumento da pobreza, desigualdade e estagnação econômica. Em 1983, Benigno Aquino foi assassinado ao desembarcar no aeroporto de Manila, intensificando os protestos contra o regime.

Em 1986, após vencer Corazón Aquino, viúva de Benigno, em uma eleição amplamente considerada fraudulenta, Marcos enfrentou dissensões nas forças armadas e uma revolução popular. Em 25 de fevereiro de 1986, fugiu para o Havaí, onde viveu exilado até sua morte em Honolulu, em 28 de setembro de 1989.

Material produzido por Félix Eduardo Bischoff