Eugène Adrien Roland Georges Garros

Eugène Adrien Roland Georges Garros

Nascido em 6 de outubro de 1888 em Saint-Denis, Reunião, Eugène Adrien Roland Georges Garros foi um pioneiro da aviação. Saint-Denis, uma pequena cidade na ilha de Reunião, é uma possessão ultramarina francesa na África. Ainda jovem, Garros mudou-se para Paris, onde, aos 21 anos, formou-se em uma renomada escola de estudos comerciais. Em 1909, abriu uma concessionária de carros próxima ao Arco do Triunfo. Nesse mesmo ano, um amigo o convidou para um show aéreo, evento que mudaria sua vida.

Garros adquiriu sua primeira aeronave, um Demoiselle, ultraleve construído pelo brasileiro Santos Dumont. Escolheu essa aeronave por motivos financeiros, pois custava apenas 7 mil francos, enquanto outras aeronaves não saíam por menos de 30 mil francos. Essa aquisição aproximou Garros e Dumont, que se tornaram amigos.

Embora seu nome seja hoje associado ao famoso troféu de tênis, Garros não teve nenhuma conquista nesse esporte. Suas realizações, na verdade, estão na aviação. Em 1912, ele foi o primeiro a cruzar a Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro, tirando fotos para cartões postais da cidade. Também foi o primeiro a fazer o trajeto São Paulo-Santos-São Paulo e a sobrevoar o Vesúvio, na Itália. Em 1913, tornou-se o primeiro piloto a cruzar o Mediterrâneo.

A fama de Garros permitiu-lhe a dispensa do alistamento na Primeira Guerra Mundial, mas ele fez questão de se apresentar, convencido da importância da aviação no conflito. Com base nas pesquisas do engenheiro francês Raymond Saulnier, criou um sistema de sincronismo entre a metralhadora e as pás da hélice do avião.

Durante o conflito, Garros teve quatro vitórias confirmadas. No entanto, em 18 de abril de 1915, avarias em seu avião o forçaram a um pouso em território inimigo. Ele tentou incendiar a aeronave para impedir que os alemães estudassem seu sistema de sincronismo, mas o avião foi capturado, e Garros, enviado para a prisão, onde ficou por quase três anos.

Em fevereiro de 1918, juntamente com o também piloto Anselme Marchal, Garros escapou da prisão disfarçando-se de soldado alemão. Marchal, que falava alemão sem sotaque, contribuiu significativamente para a fuga. Eles atravessaram a Alemanha e a Holanda, conseguindo chegar em segurança a Londres.

Garros retornou aos combates até 5 de outubro de 1918, quando, durante um combate, sua aeronave foi vista mergulhando em direção ao solo. Os jornais franceses especularam que ele poderia estar vivo e novamente prisioneiro, mas os destroços e o corpo do aviador foram encontrados na vila de Vouziers, onde foi enterrado. Membro do Stade Français, Garros teve a honra póstuma de dar seu nome ao estádio parisiense nos anos 1920 e ao torneio de tênis que lá acontece todos os anos.

Material produzido por Félix Eduardo Bischoff