Joaquim Marques Lisboa

Joaquim Marques Lisboa

Joaquim Marques Lisboa, conhecido como Almirante Tamandaré, nasceu em 13 de dezembro de 1807 em Rio Grande, então província de São Pedro do Rio Grande do Sul, Brasil. Ele era o décimo filho de Francisco Marques Lisboa e Eufrásia Joaquina de Azevedo Lima. Sua jornada marítima começou cedo, aos seis anos de idade, quando fez sua primeira viagem ao Rio de Janeiro em 1813, onde ficou aos cuidados de sua irmã Maria Eufrásia e seu marido até concluir seus estudos primários no Colégio Professor Carvalho.

Aos 13 anos, retornou à sua terra natal e logo depois voltou à corte para completar sua educação. Durante uma dessas viagens em um dos veleiros de seu pai, começou a se familiarizar com as atividades marítimas. Em 1822, seu pai solicitou sua admissão na Esquadra, pedido que foi deferido em 04 de março de 1823. Ele começou como voluntário a bordo da fragata Niterói e em 1824 ingressou na Academia Imperial da Marinha, no Rio de Janeiro. Em 1825, foi promovido ao posto de Segundo Tenente de Comissão e, em 1826, devido à necessidade de oficiais brasileiros habilitados para os navios da Esquadra em Montevidéu, foi promovido a Segundo Tenente.

Durante a Guerra da Cisplatina (1825-1828), ele participou de várias batalhas, destacando-se por sua habilidade estratégica. Além disso, ele participou de campanhas durante os movimentos separatistas, como a Cabanagem e a Sabinada, e também na Revolução Farroupilha. Um feito notável foi o salvamento da galera Ocean Monarch, resgatando 156 imigrantes a bordo, o que lhe rendeu uma condecoração.

Tamandaré teve uma carreira marcada por participações em conflitos importantes, como a Guerra do Prata em 1851 e a Guerra do Paraguai de 1864 a 1870. Ele recebeu o comando das forças navais durante a Guerra do Paraguai, destacando-se na Batalha do Riachuelo e no desembarque no Passo da Pátria em 1866.

Em reconhecimento aos seus serviços, recebeu vários títulos ao longo de sua vida, incluindo o título de Barão de Tamandaré em 1859, referente a uma pequena vila portuária em Pernambuco, onde seu irmão Manoel Marques Lisboa faleceu durante a Confederação do Equador. Mais tarde, foi elevado a Conde de Tamandaré em seu aniversário de 80 anos em 1887, e a Marquês de Tamandaré em 1888.

Apesar da mudança política com a proclamação da República em 1889, Tamandaré permaneceu leal ao Imperador e à família imperial até seu exílio. Ele foi reformado em 1890, mantendo todas as honrarias associadas à sua posição. Passou seus últimos anos dedicado à vida familiar e recebendo visitas de jovens militares até seu falecimento em 20 de março de 1897, no Rio de Janeiro, aos 89 anos de idade.

Material produzido por Félix Eduardo Bischoff