Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo

Alexandre Herculano de Carvalho e Araújo

Nascimento: 27/03/1810 em Lisboa – Portugal

Nascido no Pátio do Gil, na Rua São Bento, em Lisboa, teve sua infância e adolescência profundamente marcadas pelos dramáticos eventos de sua época. Desde a invasão francesa, que ocorreu ainda antes de seu nascimento, até o domínio inglês e o subsequente influxo de ideias liberais, especialmente provenientes da França na década de 1820. Até os 15 anos, frequentou o Colégio dos Padres Oratorianos de São Filipe de Neri, localizado no Convento das Necessidades, em Lisboa.

Em 1827, devido à cegueira de seu pai, viu-se impedido de continuar seus estudos universitários para assumir a responsabilidade de prover sustento à sua família. Após dedicar-se ao estudo de latim, lógica e retórica até esse ano, posteriormente, concentrou-se na matemática na Academia da Marinha Real.

Participou ativamente da revolta de 20 de agosto de 1831, liderada pelo regimento nº 4 de infantaria de Lisboa, contra o governo miguelista de D. Miguel, irmão de Pedro I do Brasil. Diante do fracasso do movimento, refugiou-se em um navio francês ancorado no Rio Tejo, partindo em seguida para a Inglaterra e, posteriormente, fixando residência em Rennes, França, onde permaneceu até 1832. Foi nesse ano que se uniu ao exército liberal de Pedro IV (D. Pedro I do Brasil) na Ilha Terceira-Açores, sendo alistado como soldado no Regimento dos Voluntários da Rainha (D. Maria II).

Um dos 7500 bravo, termo usado para designar os corajosos que participaram da expedição militar comandada por D. Pedro IV em 08 de julho de 1832, desembarcando na praia do Mindelo com o objetivo de cercar e tomar a cidade do Porto. Durante essa operação, envolveu-se em ações de alto risco.

Nomeado segundo bibliotecário da Biblioteca do Porto por D. Pedro IV, foi convidado para dirigir a revista O Panorama (1837-1868) em Lisboa. Em 1842, publicou "Eurico, o Presbítero", considerado o maior romance histórico em Portugal do século XIX. Além disso, contribuiu com o Jornal da Sociedade dos Amigos das Letras (1836) e em diversas revistas, como a Revista Universal Lisbonense, Revista do Conservatório Real de Lisboa, A Ilustração luso-brasileira, e, postumamente, em títulos como A Renascença, A Semana de Lisboa, A Leitura e no semanal Azulejos.

Em 1856, foi um dos fundadores do Partido Regenerador Histórico ou Partido Histórico, chegando a presidir um comício anti-clerical em 1858. Mais tarde, retirou-se para o Vale dos Lobos, em Azóia de Baixo, Santarém, onde veio a falecer em 18 de setembro de 1877, aos 67 anos de idade.

Material produzido por Félix Eduardo Bischoff