Simón José Antonio de la Santíssima Trinidad Bolívar y Palácios Ponte-Andrade y Blanco

Simón José Antonio de la Santíssima Trinidad Bolívar y Palácios Ponte-Andrade y Blanco nasceu em 28 de julho de 1783 em Caracas, então parte da Capitania da Venezuela. Filho do coronel Juan Vicente de Bolívar e de Maria de la Concepción Palácios y Blanco, Bolívar descendia de uma rica aristocracia espanhola. Órfão de pai aos 3 anos e de mãe aos 9, foi adotado por um tio que o colocou sob a tutela do pedagogo revolucionário Simón Carreño Rodríguez. 

Em janeiro de 1797, Bolívar ingressou como cadete no Batalhão de Milícias de Blancos de los Valles de Aragua. Dois anos depois, com 16 anos, foi para a Espanha completar seus estudos. Lá, em 1802, casou-se com Maria Teresa del Toro, membro de uma família nobre, que infelizmente faleceu de febre amarela no ano seguinte. Em 1803, de volta à sua terra natal, Bolívar conheceu o naturalista Alexander von Humboldt, que previu a inevitável independência das colônias espanholas. 

Durante uma viagem à Europa, em Roma, Bolívar fez um juramento no Monte Sacro, prometendo que não descansaria até libertar a América do domínio espanhol. Em 1807, visitou os Estados Unidos, no mesmo ano em que Napoleão Bonaparte nomeou seu irmão José como rei da Espanha e de suas colônias. No ano seguinte, Bolívar se envolveu nas Juntas de resistência na América Espanhola e, quando a Junta de Caracas declarou independência, foi enviado em missão diplomática à Inglaterra. Retornando em 1812, teve que fugir para Cartagena após a rendição da Junta, onde redigiu seu célebre Manifesto de Cartagena.

Em 1813, Bolívar liderou uma nova invasão da Venezuela e foi proclamado "El Libertador". Embora tenha estabelecido a Segunda República da Venezuela, reveses obrigaram-no a fugir para a Jamaica em 1815, onde redigiu a famosa Carta da Jamaica. No ano seguinte, com a ajuda do líder haitiano Alexander Sabes Petión, Bolívar retornou ao continente, capturando a cidade de Angostura, hoje Ciudad Bolívar. 

Mudando sua estratégia, Bolívar decidiu iniciar a libertação a partir do interior da Venezuela, na região dos Llanos, onde organizou seu exército, inclusive com o apoio de brigadas de mercenários britânicos. Embora fosse um homem de estatura pequena, sua eloquência era notável; como observou um contemporâneo, "Bolívar parecia capaz de convencer até as pedras da necessidade de sua vitória". 

Após uma bem-sucedida travessia dos Andes e uma campanha surpresa, Bolívar derrotou as forças espanholas na Batalha de Carabobo em 24 de junho de 1821. Ele também participou ativamente da libertação do Equador, liderada por seu general Antonio José de Sucre, e da libertação do Peru e do Alto Peru, que foi renomeado Bolívia em sua homenagem.

Com a independência conquistada, Bolívar passou a trabalhar pela união dos países latino-americanos recém-libertos. Convicto de que apenas um poder central forte poderia manter a América Espanhola unida, ele patrocinou o Congresso do Panamá em 1826. No entanto, seu sonho de união fracassou diante do desejo de autonomia dos novos estados independentes. Em 1828, Bolívar sobreviveu a uma tentativa de assassinato na Conspiração Setembrina.

Desiludido, Bolívar afirmou que, ao promover seus ideais, estava "arando o mar" e que, na América, só restava "emigrar". Ele foi forçado a exilar-se em 1829, partindo para Santa Marta, na Colômbia, onde faleceu de tuberculose em 17 de dezembro de 1830, aos 47 anos. Como ele próprio previu, a história acabaria por lhe fazer justiça.

Material produzido por Félix Eduardo Bischoff