James Cook

James Cook

James Cook nasceu em 7 de novembro de 1728 na vila de Marton, hoje parte de Middlesbrough, em North Yorkshire, Inglaterra. Foi o segundo de oito filhos de James Cook, um trabalhador rural de origem escocesa. Em 1736, sua família mudou-se para a fazenda Airey Holme, em Great Ayton. O patrão de seu pai reconheceu o potencial do jovem James e financiou seus estudos na escola local — hoje transformada em museu. Após cinco anos de escolaridade, em 1741, começou a trabalhar ao lado do pai, que havia sido promovido a gerente da fazenda.

Em 1745, aos 16 anos, mudou-se para Staithes, uma vila de pescadores, onde trabalhou como balconista em uma mercearia. No entanto, não se adaptou ao trabalho e, pouco tempo depois, mudou-se para o porto de Whitby. Lá, tornou-se aprendiz em uma frota de navios carvoeiros. Durante esse período, dedicou-se com afinco aos estudos de álgebra, geometria, trigonometria, navegação e astronomia. Após três anos de aprendizado, passou a trabalhar no comércio marítimo do Mar Báltico, destacando-se rapidamente na marinha mercante.

Em 1755, voluntariou-se para a Marinha Real Britânica, onde foi recrutado para participar da Guerra dos Sete Anos.

Em 1768, foi escolhido para comandar a primeira expedição científica ao Pacífico, a bordo do lendário HMS Endeavour, com o objetivo de levar membros da Royal Society ao Taiti para observar o trânsito de Vênus. Durante a viagem, a expedição fez escala no Rio de Janeiro, embora não tenha recebido autorização para desembarcar na cidade. Ainda assim, o naturalista Joseph Banks, integrante da missão, conseguiu coletar 320 espécies vegetais nos arredores. Na mesma expedição, Cook descobriu e nomeou o arquipélago das Ilhas da Sociedade (na atual Polinésia Francesa), mapeou toda a costa da Nova Zelândia e, no retorno, explorou a costa oriental da Austrália.

Em 1772, liderou uma nova expedição de circunavegação, agora com os navios Resolution e Adventure. Em 17 de janeiro de 1773, tornou-se o primeiro europeu a cruzar o Círculo Antártico, atingindo a latitude mais austral já navegada até então. A viagem incluiu extensas explorações pelo Pacífico Sul, comprovando a inexistência da lendária Terra Australis Incognita em latitudes temperadas. Durante essa jornada, visitou a Ilha de Páscoa, as Ilhas Marquesas, o Taiti, Tonga, Niue, as Novas Hébridas (hoje Vanuatu), Nova Caledônia, Ilha Norfolk, Ilha Palmerston, além das Ilhas Sandwich do Sul e Geórgia do Sul, no Atlântico. Foi nessa expedição que descobriu o arquipélago que hoje leva seu nome: as Ilhas Cook.

Sua última viagem teve início em 1776, novamente a bordo do Resolution, acompanhado agora do navio Discovery. Partiu em direção ao Havaí — que nomeou Ilhas Sandwich —, costeou a América do Norte e atravessou o Estreito de Bering até alcançar o Ártico.

Na viagem de retorno ao Havaí, foi forçado a fazer uma nova parada devido a danos no mastro do Resolution. A recepção dos nativos, antes amistosa, tornou-se tensa. Os habitantes locais, que inicialmente haviam tratado Cook como uma divindade, começaram a demonstrar hostilidade, especialmente após uma série de furtos cometidos por eles — ações que refletiam sua cultura, desprovida do conceito ocidental de propriedade privada.

O conflito culminou em 14 de fevereiro de 1779, quando um cúter (pequeno barco) foi roubado. Cook desembarcou na ilha para recuperar o item, mas a situação saiu do controle. Após disparar contra um dos nativos, virou-se para seus homens para ordenar que não atirassem, mas foi surpreendido por uma investida e morto por lanças. Seu corpo foi mutilado e, em parte, consumido ritualmente pelos nativos — uma prática cerimonial, e não de barbárie, conforme os costumes da época.

Material produzido por Félix Eduardo Bischoff